terça-feira, 27 de maio de 2014

Critérios de Correção

DIAGNÓSTICO:


CRITÉRIOS DE CORREÇÃO


GENERALIDADES:

A correção óptica é um meio para levar imagens à retina melhorando o conforto e a AV.

Ao pensar em dar uma correção óptica você deve ter em conta aspectos como:


  • Estado refrativo.
  • Estado motor
  • Estado patológico
  • Convergência
  • Idade
  • Sintomatologia
  • Ocupação


1- SEGUNDO O ESTADO REFRATIVO:


A forma geral ao corrigir um defeito refrativo é: dar a maior lente positiva, com a qual se obtenha a melhor AV.

Existem certas pautas que devem ser seguidas:

HIPERMETROPIA:

Se o paciente apresenta uma AV normal e não apresenta sintomas de astenopia acomodativa, não é necessário dar correção óptica (hipermetropia facultativa).

Tenha em conta que em adultos, a correção é maior positivamente, devido a perda progressiva da acomodação. Em uma pessoa jovem não é necessário nem conveniente corrigir totalmente a hipermetropia. Com exceção de certos casos com problemas acomodativos, onde é necessário dar uma correção total.


MIOPIA:

Recorde que a hipercorreção negativa aumenta o contraste e o paciente pode confundir com uma melhor visão.

Tendo em conta que a acomodação não se encontra muito desenvolvida, em certos casos é recomendável dar uma hipocorreção para trabalhos em visão próxima.


ASTIGMATISMO:

Se o paciente não apresenta sintomatologia, não é necessário corrigir astigmatismo baixo a favor da regra.

Em astigmatismo contra a regra deve-se tratar de corrigi-lo em sua totalidade.

Se a correção é dada pela 1a vez produz distorção espacial. Tenha em conta o resultado de prova ambulatorial.



Em casos de astigmatismos HETERONÔMICOS (eixos opostos), deve-se tratar de corrigir totalmente o olho com astigmatismo contra a regra; no outro olho, dar a correção segundo os resultados e segundo o olho dominante.

O grau de aceitação da correção em astigmatismos irregulares, é maior quanto mais jovem seja o paciente.

A conduta final depende do resultado da prova ambulatorial.



PRESBIOPIA:

A correção para visão próxima deve ser a que dê maior e melhor visão clara, a distância de trabalho do paciente e com a que obtenha boa AV.

Dependendo do caso e as necessidades do paciente, pode-se prescrever:

-2 pares de óculos
-Bifocais
-Multifocais etc.


ANISOMETROPIAS:

Recorde que quanto mais jovem o paciente, maior é a tolerância à correção total. Pacientes menores de 12 anos, recebem facilmente toda a correção.

Sempre deve corrigir totalmente o olho menos amétrope, já que é o olho mais utilizado.

Tenha em conta a aniseiconia produzida pela correção.

Aniseiconia: tamanho desigual das imagens formadas sobre as duas retinas.




2- SEGUNDO O ESTADO MOTOR


Ao dar uma correção óptica, é um fator muito importante analisar o estado motor induzido, já que influi, basicamente, da seguinte forma:


  • A lente positiva relaxa a acomodação e portanto aumenta os desvios do tipo EXO.



  • A lente negativa estimula a acomodação, portanto aumenta os desvios do tipo ENDO.


Em casos de endotropias em crianças, se dá o máximo positivo, preferivelmente o obtido depois de uma refração com cicloplégico.

Se em casos de hipermetropia, associado à uma exodesvio, e é necessário corrigir, recomenda-se exercícios ortópticos e um controle periódico (3 em 3 meses).

Se ao medir o desvio induzido, encontrar um aumento na descoordenação muscular deve considerar em particular a correção.



3- SEGUNDO O ESTADO PATOLÓGICO


Pode-se considerar:

- Dar correção, quando se encontra uma patologia de segmento anterior que melhora com o uso protetor dos óculos ou onde encontre algum defeito refrativo que possa contribuir para aumentar o problema.

EX: existem blefaroconjuntivite causadas por problemas refrativos baixos; em um pterígio a utilização de um filtro pode ajudar a diminuir a irritação e moléstia.


- Diante de uma patologia progressiva ou não tratada, é desnecessário dar correção antes de estabilizar a enfermidade.



4- SEGUNDO A IDADE E OCUPAÇÃO


Neste ponto deve-se ter em conta:

Em crianças existe uma grande margem de tolerância às correções totais utilizadas pela 1a vez.

Quando a ocupação está intimamente relacionada com as necessidades visuais, que são as que decidem basicamente a necessidade e o uso que se deve dar a correção.

Prescrição Final

PRESCRIÇÃO FINAL


GENERALIDADES

Chamamos prescrição final à fórmula óptica e outros fatores clínicos a considerar na Rx.


Os fatores clínicos que deve conter são:

A distância Pupilar e Acuidade Visual


EXISTEM VÁRIOS ASPECTOS A CONSIDERAR COMO:

- O USO que se deve dar aos óculos, isto determina o grau de sintomatologia e dos requerimentos visuais do paciente, prescreva a correção para uso:

a) Alternado Permanente
b) Fixação Prolongada
c) Visão Próxima
d) Visão de Longe
e) Distância de Trabalho
f) Uso


O TIPO de lente:

1. Lentes monofocais

2. Lentes especiais, dentro das quais encontram-se as de alto índice e as lentes asféricas.

3. Lentes iseicônicas

- O tipo de bifocal.
- O filtro a cor que se vai utilizar.

O material em que se solicitam as lentes: vidro ou plástico.

Técnicas para visão próxima

TÉCNICAS PARA VISÃO PRÓXIMA


Basicamente a técnica para visão de perto é muito simples. Existem diversas maneiras de se realizar, porém exigem maiores cuidados e materiais necessários para torná-la eficaz.



PROCEDIMENTO:


1. O paciente sentado com a correção para longe, segura a tabela de perto à distância de 40cm e responde até que linha vê com nitidez.

2. O cuidado coma idade do paciente é fundamental, porém a maior atenção deve ser com a ocupação profissional deste paciente.

3. Definido pela acuidade visual de perto, se o paciente deve utilizar correção para esta distância, inicie monocular agregando em cima da correção de longe, lentes esféricas positivas de +0,75 e aumente a cada 0,25, até que o paciente enxergue a linha de melhor acuidade visual.

4. Repita o procedimento para o outro olho e anote os resultados.

5. De maneira binocular, peça ao paciente que leia a tabela de perto e coloque-se a mesma distância do seu trabalho.

6. Respeite sempre o lag da acomodação de acordo com a idade do seu paciente (ver tabela), para que este não esteja hipercorrigido ou hipocorrigido para perto.


IDADE                                                       ADIÇÃO
40 anos ....................................................+1,25
40 a 44 anos.............................................+1,50
44 a 48 anos.............................................+1,75
48 a 52 anos.............................................+2,00
52 a 56 anos.............................................+2,25
56 a 60 anos.............................................+2,50
60 a 64 anos.............................................+2,75
64 ou mais................................................+3,00




Prova Ambulatorial

PROVA AMBULATORIAL


É uma prova que consiste em montar a refração final na armação de provas e fazer com que o paciente caminhe pela sala de exame durante uns 5 minutos, para que este sinta como será sua nova correção;


GENERALIDADES: 



Prova subjetiva binocular, realizada para determinar o grau de aceitação da correção tentativa, com base no conforto visual.



OBJETIVO: 


Provar o tolerância por parte do paciente à fórmula tentativa.



TÉCNICA:



1- Ajuste a armação de provas tendo em conta:

Distância pupilar.
Distância ao vértice.
Ângulo pantoscópico.
Altura da ponte.
Comprimento das hastes.



2- Coloque a correção tentativa na armação de provas.



3- Peça ao paciente que observe ao seu redor; olhando em todas as direções; peça que observe o ângulo dos objetos (quadros, portas etc).



INTERPRETAÇÃO:


Se o paciente reporta conforto e tolerância, pode-se prescrever a correção total tentativa, segundo o caso e o critério do examinador.


Se o paciente reporta desconforto: distorção espacial (pisos e paredes) ou têm dificuldade ao locomover-se com a correção total, calcule uma correção parcial (ver critérios de parcialização) e repita a prova ambulatória.



INDICAÇÕES:


Defeitos refrativos altos corrigidos pela 1a vez.

Astigmatismo contra a regra corrigido pela 1a vez.

Astigmatismo com eixos opostos (heterônomo).
Astigmatismo misto corrigido pela 1a vez.
Astigmatismo alto.
Astigmatismo oblíquo.
Anisometropias (defeitos refrativos desiguais dos 2 olhos).



POSSÍVEIS RESULTADOS:


Crianças: deve fazê-los caminhar pela sala e em um ambiente externo, observando o comportamento da criança e sua maneira de caminhar. Também é válido pedir para criança desenhar círculos e quadrados observando se pega os objetos corretamente ou procura antes do papel. Muitas vezes, nestes casos é necessário baixar valores esféricos para que a criança tenha melhor bem estar e conforto com seus óculos.


Adultos: reportam ao caminhar na sala de exame e no ambiente externo se sentem tonturas ou enjôos, neste caso é necessário baixar componente esférico e realizar a prova novamente até que o paciente reporte sentir-se bem com os óculos. Em seguida, medir a acuidade visual de perto e caso seja necessário seguir a técnica de correção para perto.